A origem do cavalo islandês é a mesma que a chegada dos primeiros habitantes vindos da Escandinávia, no século IX, o que fez dele fator determinante para a permanência e crescimento do povo acabado de chegar.
Os cavalos eram venerados na mitologia nórdica e a criação seletiva do cavalo islandês, desenvolvidos a partir de póneis, fez com que a raça desenvolvesse a sua forma atual ao longo dos séculos tendo a sua primeira referência nos registos apenas no século XII.
O clima também desempenhou um papel importante no desenvolvimento da raça porque o clima islandês contribuiu para a morte de muitos cavalos devido ao frio e fome. Na década de 1780, grande parte da raça desapareceu mas desta vez devido a uma erupção vulcânica do Lakagígar.
O cavalo era usado para tudo, desde auxiliar o cultivo das terras, do amanhecer até ao anoitecer, como meio de transporte entre fazendas, ou usado em expedições pelo território em busca de água ou zonas de pasto.
As batalhas Viking, travadas na sua maioria a cavalo, fez com que o animal se ajustasse rapidamente a qualquer nova situação que surgisse. E pela importância que o cavalo apresentava no dia-a-dia, ou nas batalhas, não é de admirar que muitos dos guerreiros Viking mortos nas batalhas fossem frequentemente enterrados com os seus cavalos, em sinal de honra e respeito.
Existem ainda registos de que os islandeses também organizavam lutas sangrentas entre garanhões, para entretenimento, mas também para escolherem os melhores animais para criação. Estas lutas eram uma parte importante da cultura islandesa.
Raça Pura
Embora sejam pequenos e semelhantes aos póneis, nenhuma outra raça de cavalo foi importada para a Islândia, o que faz com que possamos dizer que se trata de um animal muito especial, de raça pura.
A lei Islandesa proíbe a importação de cavalos para a Islândia e os cavalos exportados são proibidos de retornar ao país, o que faz com que estejam isolados de outros cavalos/raças e são quase desconhecidas doenças na raça do cavalo islandês, exceto alguns tipos de parasitas internos. Para além disso, todos os equipamentos equinos que entram no país têm que ser novos, ou totalmente desinfetados.
Como resultado, estes cavalos não têm imunidade a doenças e um surto na ilha poderia ser devastador para a raça.
Apesar de ser a única raça de cavalo na Islândia, o cavalo islandês também é popular internacionalmente com populações consideráveis noutros países da Europa e na América do Norte.
Características Únicas do Cavalo Islandês
Este belo animal tem ainda algumas características únicas. Talvez as mais notáveis sejam o tamanho e a crina de cabelos peludos.
Ao longo do tempo esta raça desenvolveu também uma pele dupla para isolamento extra em temperaturas frias, aumentando a resistência e ajudando também a viver com relativamente pouca comida.
Outras características que os tornam únicos relativamente a outras raças são os cinco tipos de marchas que apresentam. Estas características não só o tornaram mais seguro, como ajudaram a desenvolver a sua agilidade para atravessar terrenos acidentados.
As “Cinco Marchas” do Cavalo Islandês
Além do típico passo, trote e galope, a raça é conhecida pela sua capacidade de realizar duas marchas adicionais. Embora a maioria dos especialistas em cavalos considere o trote e o galope diferentes, com base numa pequena variação no padrão de pisadas, os registos da raça islandesa consideram o trote e o galope uma marcha, daí o termo “cinco marchas”.
A primeira marcha adicional é uma lateral de quatro batidas, conhecida como tölt, caracterizada pela sua rápida aceleração e velocidade.
A raça também realiza uma marcha chamada de skeið, flugskeið ou “passo voador”. Esta marcha é usada em corridas já que é rápida e suave, com alguns cavalos capazes de atingir até 48 km/h.
Mas nem todos os cavalos islandeses conseguem executar esta marcha, o que faz com que os animais que conseguem executar tanto o tölt como o “passo voador”, além das marchas tradicionais, sejam considerados os melhores da raça.
Estes cavalos tendem a não se assustarem facilmente, provavelmente por não haver predadores naturais no seu território nativo. São dóceis e fáceis de manusear, embora sempre seguros de si mesmos, o que faz com que se possa aproximar deles para ver o magnifico animal que é, sempre com a respetiva atenção e cuidado, principalmente se estiverem num descampado sem gradeamento de proteção. Fiz isso por 2 vezes, sem qualquer problema.
Cruzei-me com várias cavalarias ao longo dos 11 dias de estadia na Islândia, talvez com maior incidência nas zonas Norte e Este da ilha, no entanto, será relativamente fácil encontrar noutros locais junto à costa.
Tendo em conta o número elevado de cavalos existentes na ilha, existe uma grande probabilidade de te cruzares com vários, em espaços vedados mas também poderão circular junto à estrada, o que faz com que tenhas atenção redobrada.
Em 2016, havia 97.955 cavalos islandeses vivos registados na Islândia (em comparação com uma população humana de aproximada 330 mil).