Hverfjall, também conhecido como Hverfell, é uma cratera vulcânica no norte da Islândia, a leste de Mývatn.
Na zona sul de Krafla, na região de Mývatn, existe um sistema vulcânico com 20 quilómetros de diâmetro e estima-se que foi gerado há cerca de 2500 anos por uma, e única, enorme explosão de vapor de água.
A cratera Hverfjall pode ser vista da Ring Road, e de muitas outras estradas em torno do lago Mývatn. De longe não parece muito grande mas a cratera tem cerca de 1 quilometro de diâmetro, e cerca de 140 metros de altura.
O rebordo da cratera só é acessível por dois caminhos, do noroeste e do sul, e não é permitido usar outras rotas para subida e descida.
O trilho a noroeste, para quem vem da Ring Road, é bem visível a partir do parque de estacionamento, e não existem desculpas para tentarem subir por outro lado. A subida é feita por um trilho de cascalho e demora pouco mais de 10 minutos, dependendo obviamente do estado físico de cada um.
Se optares por subir pelo sul, por Dimmuborgir, a subida é mais acentuada e antes precisas de fazer uma caminhada, em piso plano, de aproximadamente 45 minutos desde a zona de estacionamento até à base da cratera.
É possível percorrer todo o rebordo da cratera podendo originar uma caminhada de 1h30, e as vistas em todo o seu redor são fantásticas, o que fazem compensar a caminhada.
Subindo, e circulando a partir da zona norte da cratera, vais ter as melhores vistas sobre o lago Mývatn. Na zona sul, que por sinal é a zona mais elevada, vais poder perder de vista o horizonte sobre enormes montanhas espalhadas depois da enorme planície em direção ao Parque Nacional Vatnajökull.
Com um rebordo irregular, em termos de altura, a caminhada em seu redor é bastante fácil já que o trilho é bastante largo e, a não ser que esteja muito vento, não haverá qualquer problema em circular.
É incrível pensar que, ao ver tantas rochas pelo caminho, que há cerca de 2500 anos elas não se encontraram à superfície mas sim no interior da crosta terrestre.
Enquanto caminhávamos em redor da cratera surgiu a ideia de experimentar algo que poderia ser único… Descer até ao centro da cratera e digo-vos que foi realmente único. Até hoje é algo que guardo na memória e foi uma experiência incrível.
Não encontrámos nada que impedisse de fazer esta pequena aventura (e vi pegadas de outras pessoas que tiveram a mesma ideia), e assim foi. Descemos com o máximo cuidado para não deixarmos marcas e quanto mais próximos estávamos do centro, mais a ansiedade crescia como se estivesse a terminar uma maratona, não pelo cansaço, mas pela vontade de chegar.
As pedras vulcânicas pareciam fosseis e acabei por trazer um pedaço de rocha onde são visíveis 3 camadas distintas, provavelmente de lava, que solidificaram em momentos diferentes.
Em meu redor, as paredes do Hverfjall pareciam erguer-se até ao céu e nada mais era visível que as paredes e as nuvens. Parecia uma prisão onde me sentia livre. Livre do mundo que conhecemos. O silêncio preenchia o momento que ninguém poderia roubar. Eram já 22h45 mas pareciam que eram 17h00. Mesmo com tempo nublado a luminosidade era mais que suficiente para apreciar a vista.
São estes momentos que me fazem pensar o quanto pequeninos nós somos, e o quanto há para ver pelo mundo fora.
Voltando à erupção que gerou Hverfjall, esta foi causada quando o basalto fundido entrou em contacto com águas subterrâneas criando uma enorme explosão de vapor que esmagou a rocha fundida em pedaços, e atirou-os ao ar.
Os fragmentos de rocha sólida expelidos para o ar pela erupção são normalmente conhecidos por piroclasto, o que quer dizer “cinzas” em grego. Os fragmentos com um diâmetro inferior a 2mm são normalmente chamados de “cinzas vulcânicas”, embora não tenham nada tenham a ver com as cinzas após um incêndio.
As partículas finas de cinzas podem permanecer na atmosfera terrestre por anos, e podem afetar o clima.
No perímetro da coluna de vapor de água durante a erupção de Hverfjall, os fragmentos de rocha, com um volume total de 250 milhões de metros cúbicos, caíram por terra, ficando os de maiores dimensões junto do centro, e os mais pequenos espalhados em seu redor, criando o anel da cratera.
Se a explosão tivesse ocorrido a uma pressão mais elevada, o piroclasto teria sido expelido a uma distância superior, deixando apenas a chaminé vulcânica no local da erupção.
A cratera Hverfjall é sem dúvida uma das crateras vulcânicas circulares mais bem conservadas do mundo, e um ícone da área do lago Mývatn que não pode deixar de visitar.
Localização da cratera do vulcão Hverfjall
Coordenadas Google Maps: 65.6086111,-16.8716667 | Hverfjall no Google Maps
Coordenadas GPS: 65°36’31.0″N 16°52’18.0″W