O Castelo de Montemor-o-Novo, em posição dominante sobre o monte mais alto da região, está situado no original recinto da primitiva vila de Montemor.
Eu já tinha passado por Montemor-o-Novo, pelo menos em duas viagens, mas em nenhuma delas consegui subir ao castelo que lá no alto me chamou a atenção. Acabei por reservar um fim de semana para visitar Évora, mas antes, tinha que fazer uma paragem para subir às ruínas do Castelo de Montemor-o-Novo.
Tendo em conta os testemunhos arqueológicos em grande número na região, calcula-se que a ocupação humana deste lugar remonta, possivelmente, a um castro pré-histórico romanizado. Neste local encontravam-se estradas romanas de Santarém e da foz do rio Tejo, seguindo por Évora até Mérida.
Bem mais perto dos dias de hoje, dizem os registos que terá sido conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, pouco depois de 1166. Mais tarde, na época da reconquista Cristã, coube ao rei D. Sancho I a passagem do castelo para posse portuguesa, para no reinado de D. Dinis, cerca de 1365, proceder a grandes melhorias nas defesas.
A partir do século XVI, a população começa a abandonar o castelo e as casas são demolidas para dar lugar a novas construções no seu interior.
Em 1755, o terramoto causou bastantes danos no castelo, que viria a precisar de obras de restauração. Depois de resistir aos ataques durante as invasões francesas, foi ficando ao abandono e passou ao estado de ruína ao longo do século XX.
Atualmente, o castelo conserva o lanço principal da muralha, protegida por onze torreões cilíndricos, e as ruínas da alcáçova, ou Paço dos Alcaides, uma construção de inícios do século XIII.
A autarquia de Montemor-o-Novo tem promovido trabalhos de escavação realizados por equipas de arqueólogos, ao mesmo tempo que procede ao estudo documental da sua história, bem como da cidade.
Foi também elaborado e aprovado o “Programa de Recuperação e Revitalização do Castelo”, integrado no Plano de Salvaguarda e Reabilitação da Zona Antiga da cidade, até porque o castelo é um verdadeiro ex-líbris da cidade e de uma indiscutível riqueza, mas infelizmente, parece estar ao abandono.
E essa sensação de abandono foi logo a primeira que tive ao entrar pela Casa do Guarda. A vegetação é alta e parece não estar cuidada. Embora existam algumas placas com informação, nem todos os locais no interior da muralha são facilmente identificáveis se não existir um mapa informativo.
Nesse sentido, antes da visita ao castelo, recomendo uma visita à Igreja de Santiago (entrando pela Casa do Guarda, caminhar junto à muralha do lado esquerdo). A primeira referência a esta igreja surge em 1302 e agora funciona como Centro Interpretativo do Castelo, e tem muita informação útil sobre o passado da região.
Para terminar, resta apenas indicar que o Castelo de Montemor-o-Novo, que abrange muralhas e imóveis no seu interior, encontra-se classificado como monumento nacional pelo Decreto n.º 38 147, de 5 de Janeiro de 1951.
Antigos Paços do Concelho
Durante algum tempo, pensou-se poderem ser as ruínas da Igreja de Santa Maria da Vila, uma das mais antigas e hoje desaparecidas (século XIII). No entanto, após as pesquisas arqueológicas em 1983, 1992 e 1993, concluiu-se não se tratar de um edifício religioso mas possivelmente a cadeia ou os Paços do Concelho.
Igreja de São João Batista
Igreja de planta retangular (edifício que aparece na foto ao fundo, à esquerda) com cobertura de duas águas e teto em abóbada de berço, sabe-se que já existia em 1302.
Foi sede de paróquia com o mesmo nome e tem um silhar (pedra aplicada na construção), de época visigótica, na antiga porta sul. A porta gótica, a nascente, era a porta principal.
Igreja de Santa Maria do Bispo (antiga Igreja Matriz)
A primeira referência a esta igreja data de 1220. Teve três grandes remodelações, uma das quais na época manuelina da qual subsiste o portal de granito.
Era a maior e mais importante igreja da vila. Dividia-se em três naves com arcos ogivais sustentados por colunas. Segundo a tradição terá sido aqui que foi batizado São João de Deus, em 1495.
Torre e Porta do Anjo ou do Bispo
Torre medieval na extremidade ocidental do castelo. Entre a Torre do Anjo e a outra torre que lhe é paralela situa-se a Porta do Anjo ou do Bispo.
Esta torre, protegia não só a entrada ocidental da vila mas também uma cisterna contígua.
Torre do Relógio
Torre medieval, atual símbolo de Montemor-o-Novo, que defendia a principal entrada do castelo. Tinha relógio e três sinos de bronze. Um para as horas, outro para as meias horas e o terceiro para os quartos de hora.
Legenda:
1. Casa da Guarda
2. Torre do Relógio
3. Porta da Vila ou de Santarém
4. Arcossólios Tumulares
5. Convento da Saudação
6. Igreja de São Tiago/ Centro Interpretativo do Castelo
7. Torre da Má-Hora e Porta de São Tiago
8. Ninho, João-do-barro
9. Igreja de São João Batista
10. Paço dos Alcaides ou Paço Real
11. Antigos Paços do Concelho
12. Matadouro Mourisco ou Cisterna
13. Torre e Porta do Anjo ou do Bispo
14. Igreja de Santa Maria do Bispo (antiga Matriz)
Localização do Castelo de Montemor-o-Novo
Coordenadas Google Maps: 38.641643, -8.217786 | Castelo de Montemor-o-Novo no Google Maps
Coordenadas GPS: 38°38’29.9″N 8°13’04.0″W
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4 comentários
Que paisagens lindas… Portugal é espetacular!!
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Beijinhos
Sem dúvida Ana 🙂