Visitar os Açores sempre foi um sonho de longa data, tanto meu como da minha esposa, sonho este protelado por muito tempo pois surgia sempre algum imprevisto ou compromisso que nos gorava os planos.
Este ano decidimos que nada mais nos iria impedir de realizar o nosso sonho e assim foi, marcamos finalmente as tão desejadas férias. O objetivo era conhecer as ilhas todas, mas como o arquipélago é constituído por nove, optamos por começar por aquela que mais curiosidade nos despertou; São Miguel.
Para otimizar o máximo possível os dias de férias que conseguimos tirar para passar na maior e mais verde ilha dos Açores, aconselhamo-nos com amigos que já a tinham visitado e procuramos também informação e dicas em blogs de destinos de férias pois queríamos alocar o “pouco tempo” que iriamos ter para conhecer, qualitativamente, o melhor que esta mística ilha tem para oferecer.
Para fazê-lo, decidimos seguir o sábio conselho de um amigo nosso que nos aconselhou a não ficarmos alojados em apenas um local da ilha ao longo da nossa estadia (pois esta afinal é maior do que nós pensávamos), mas sim em locais diferentes de forma a podermos explorar os diferentes recantos da ilha de uma forma logisticamente comoda e otimizada.
Decidimos seguir este conselho que, diga-se de passagem, se revelou bastante sábio e optamos por reservar 3 alojamentos em zonas diferentes de São Miguel.
Por ser considerada uma das sete maravilhas de Portugal, optamos por começar a nossa aventura insular nas famosas Sete Cidades. Qual o português que nunca viu uma fotografia ou até um vídeo deste colosso paisagístico? Pois, até nós já as tínhamos visto várias vezes. Confesso, inclusive, que esta paisagem gravada na minha memória desde longa data, contribuiu, em muito, para o sonho de visitar os Açores.
No entanto, o que nunca pensamos foi que visitar pessoalmente este local nos fosse surpreender de uma forma tão marcante, como se nunca o tivéssemos visto antes.
A casa que escolhemos para ficar nesta vila pitoresca e deliciosamente “parada no tempo”, foi a “Casa dos Avós” a qual nos foi “sugerida” pela Booking quando pesquisávamos por alojamentos na zona.
Para mim em particular, o nome “Casa dos Avós” foi bastante sugestivo pois remeteu-me para a minha infância Mirandela quando ia passar parte das minhas férias de verão na casa dos meus avós. Confesso, assim, que a escolha desta casa não foi apenas motivada pela boa avaliação que a mesma tem na Booking (se bem que tal contribuiu muito para a nossa escolha) mas também pela questão emocional visto remeter-me para uma experiência passada a qual guardo com muito carinho na minha memória.
Não obstante as expectativas que, em abono da verdade, não eram muito altas, admito, no entanto, que esta casa super “cosy” as excedeu não só por ser muito confortável, limpa e dos anfitriões serem absolutamente incansáveis, mas, essencialmente, por ficar localizada exatamente no centro da vila, mais concretamente no interior do vulcão das Sete Cidades a cinco minutos a pé da famosa lagoa que é o ex-líbris deste local fabuloso.
Visto que só iriamos ficar 3 dias nas Sete Cidades, fizemos uma lista criteriosa das atividades que mais gostaríamos de fazer nesta localidade.
A primeira não poderia deixar de ser fazer alguns dos seus famigerados trilhos. No dia que acordamos para fazer alguns dos trilhos mais populares fomos presenteados por um amanhecer absolutamente magnífico. O céu sem uma única nuvem, o chilrear de milhares de pássaros e uma paisagem de cortar a respiração onde dezenas de tons de verde refletiam nas lagoas que mais pareciam espelhos de tão serenas que estavam as suas águas.
Começamos pelo trilho das cumeeiras da Vista do Rei e da Vista da Rainha.
É imperativo referir que o miradouro da Vista do Rei oferece uma panorâmica simplesmente paradisíaca. Ficamos, desde logo, a perceber a razão pela qual esta perspetiva é tão famosa e fotografada pois é de tirar a respiração.
Depois de uma pequena pausa para retemperar forças e hidratar, partimos para o trilho da Serra Devassa e terminamos a nossa jornada trilheira no miradouro da Boca do Inferno que, diga-se de passagem, é tão deliciosamente desconcertante como o da Vista do Rei.
No regresso à “Casa dos Avós” cruzamo-nos com algumas pessoas que estavam a passear a cavalo. Como a Ana (a minha esposa) simplesmente ama estes imponentes animais, resolvemos meter conversa com os simpáticos cavaleiros e foi assim que ficamos a saber que esta é outra atividade de lazer disponível nas Sete Cidades. Diga-se de antemão que a atividade a fazer no dia seguinte estava escolhida à partida.
E assim foi, neste mesmo dia, ao final da tarde, telefonamos para o contacto telefónico que um dos cavaleiros nos disponibilizou e reservamos um passeio a cavalo para o nosso segundo dia nas Sete Cidades.
No dia seguinte, à hora marcada (08:45) lás estávamos nós no ponto de encontro previamente acordado. À nossa espera estava o nosso castiço guia (o Rui) acompanhado por dois cavalos tão tranquilos e serenos como este local onírico. A primeira fase do tão esperado passeio começou com um breve briefing que nada mais é do que uma breve e divertida “formação” na qual nos é explicado como conduzir os dóceis animais para que os mesmos vão para onde os queremos levar e não para onde lhes interessa ir, pois “são animais com vontade própria”, disse-nos o Rui com um sorriso provocador no rosto.
E assim foi, armados em cowboys, lá fomos nós conhecer as Sete Cidades por dentro montados no dorso de cavalos. A primeira paragem foi no cerrado das Freiras.
O nosso simpático e conversador guia fez questão de nos levar a este sítio e, em abono da verdade, melhor decisão não poderia ter tomado pois a vista é verdadeiramente inacreditável. Fizemos questão de parar, desmontar, amarrar os cavalos a uma árvore e tirar dezenas de fotografias a este local que jamais será apagado da nossa memória.
O silêncio é absoluto, o cheiro da terra e da flora circundante mistura-se com o de flores diversas, do gado bovino a pastar nas imediações, e o chilrear matinal dos pássaros é a cereja no topo do bolo que só por si já era perfeito.
Daqui partimos para o caminho dos 3 quilómetros. Um caminho ladeado de vegetação inebriante e com vistas, sobre a vila, a cratera e as lagoas, absolutamente magníficas, tão diferentes das observadas noutras perspetivas. Este trajeto culminou na Vista do Rei sendo que depois descemos novamente em direção à vila das Sete Cidades pelo lado norte.
O balanço final deste passeio foi verdadeiramente indescritível. Por não ter a mesma paixão por cavalos que a minha esposa, nunca pensei que iria gostar tanto desta atividade mas adorei, foi simplesmente fabuloso e algo que vou querer repetir.
Para o nosso terceiro e último dia nas Sete Cidades decidimos não fazer quaisquer planos. Em vez disso, optamos por deixar que as coisas se nos afigurassem de forma espontânea, sem stresses, sem marcações, sem compromissos. E assim foi. Acordamos neste dia ligeiramente mais tarde do que nos anteriores e tomamos o pequeno-almoço nas calmas para apreciar os produtos gastronómicos típicos desta ilha que adquirimos no dia anterior num pequeno e pitoresco minimercado existente na Vila das Sete Cidades, à exceção do pão que o fomos comprar acabadinho de fazer na padaria da família Tavares, também ela situada no centro da vila.
Depois de um pequeno-almoço bastante robusto decidimos ir dar um passeio a pé pelas margens da lagoa verde e da lagoa azul. Sinceramente a ideia inicial era mesmo só esta e depois logo decidiríamos o que mais haveríamos de fazer. No entanto, depois de passarmos a pequena ponte das Sete Cidades, vimos várias pessoas a passear de canoa em ambas as lagoas. Como nos pareceu interessante resolvemos aproximarmo-nos do local e reparamos que havia um senhor a alugar canoas e até outras embarcações diferentes.
Decidimos experimentar e dirigimo-nos ao simpático senhor que nos cobrou apenas 5 euros para alugar uma canoa de 2 lugares. “Os senhores já andaram de canoa alguma vez?” perguntou o senhor num português escorreito mas com uma pronuncia cerradamente micaelense. Como, efetivamente, eu já tinha experimentado andar de canoa no Algarve, armei-me em marinheiro experiente e disse-lhe que sim. E lá fomos nós os dois (entenda-se eu e a minha esposa pois o senhor, apesar de ser super “boa onda” não era para ali chamado) em busca de mais uma aventura, desta vez em contexto aquático.
Tal como nos últimos dois dias, a água da lagoa estava um autêntico espelho, mais “lisinha” seria impossível estar e por isso a canoa deslizava que nem uma linda sobre as águas tranquilas das lagoas azul e verde. Novamente as Sete Cidades provaram que vê-las numa foto ou num vídeo não é nada comparado com vê-la no local. Isto porque nos dois primeiros dias vimos as vistas de terra para as lagoas mas agora estávamos a ver as vistas das lagoas para terra e, acredite-se, que a perspectiva muda completamente. Qual das perspectivas a melhor? A resposta a esta questão fica ao critério de cada um que experiencie o mesmo que nós.
Terminado o passeio de canoa, fomos almoçar ao restaurante São Nicolau situado no centro da vila das Sete Cidades. A aparência não alimentou grande expectativa mas, verdade seja dita, a comida estava fabulosa. Este restaurante dispõe de um serviço de buffet muito bom com pratos típicos da região e a mousse de chocolate é literalmente de comer e chorar por mais.
Da parte da tarde decidimos ir dar um passeio de carro até aos vizinhos Mosteiros (pequena e amorosa vila piscatória) para vermos o seu famoso pôr-do-sol que revelou fazer jus à fama que tem pois é de facto magnífico e valeu umas fotografias fabulosas. Enfim, o perpetuar da mística que estas ilhas realmente têm.
Rumamos depois à “nossa” casa para aquela que seria a nossa última noite na misteriosa cratera das Sete Cidades.
No dia seguinte acordamos cedo para tomarmos um pequeno-almoço tranquilo no quintal da casa. Novamente, e para uma vez mais contrariar a fama que os Açores têm de que aqui está sempre a chover, o dia estava fabuloso. Céu com pouquíssimas nuvens, temperatura óptima e uma ligeira e muito agradável brisa matinal.
Neste dia fomos brindados pela companhia de uma pomposa e simpática galinha que nos apareceu no quintal acompanhada de quatro pintainhos minúsculos que muito apreciaram as migalhas de pão que lhes atiramos.
Depois de terminado o pequeno-almoço e de uma despedida nostálgica à casa e um “farewell” à galinha e respetiva descendência, rumamos ao segundo local no qual iremos ficar por dois dias, a Caloura. Trata-se de uma pequena e pitoresca aldeia piscatória situada no Vale de Cabaços na Vila de Água de Pau, cujo sugestivo nome surge por pertencer a uma zona onde normalmente calorenta.
Este local foi-nos, enfaticamente, recomendado por um amigo muito próximo e, tendo em conta a pessoa que é, quase de certeza que o sítio não frustraria as nossas expectativas.
Aqui, escolhemos ficar no alojamento Solar das Araucárias, uma acolhedora e pitoresca casa para duas pessoas que se revelou a escolha perfeita para umas férias que, para além de aventureiras, também se queriam românticas.
Se as Sete Cidades são absolutamente magnificas pelas suas lagoas (7),pelos diferentes tons de verde e pela sua serenidade contagiante, a Caloura é-o pelo seu mar (frequentemente a 24 graus) pela gastronomia fabulosa e por toda a sua envolvente que imbrica a cor do seu mar azul-turquesa com a rocha basáltica e com a vegetação circundante, tudo isso inserido num micro clima único na ilha.
Na verdade, quando chegamos à Caloura percebemos a razão pela qual o nosso bom amigo tanta força fez para que escolhêssemos ficar neste local pois o mesmo é, de facto, de uma beleza impar.
Depois de feito o check-in na casa, resolvemos sair para dar um passeio pelo interior desta encantadora aldeia e conhecer todos os seus recantos o que não nos pareceu tarefa difícil dada a sua aparente pequenez. E assim foi, saímos a pé nas calmas pelas suas ruas onde quase ninguém circula (apesar de estarmos no verão).
O primeiro local que nos encheu a vista e a alma foi uma zona chamada Galera, uma rua com casas simplesmente magníficas, com vistas deslumbrantes e que culmina numa zona de calhau selvagem que tanto convida a um revigorante banho matinal.
Depois de pararmos por uns largos minutos neste local para apreciar a sua árida tranquilidade, rumamos em direção a uma enseada chamada Ponta do Teves. Para lá chegar, em algumas das suas passagens, tivemos de aguardar que o mar recuasse para depois darmos uma corrida de forma a evitar molhar os pés aquando da próxima subida do mar. Foi uma experiência algo inusitada pela positiva pois agregou alguma salutar adrenalina ao nosso passeio. Quando chegamos ao “Teves” (como os locais chamam a este local) ficamos mesmo com imensa pena de não termos trazido os nossos fatos de banho pois o mar nesta enseada basáltica é simplesmente cristalino e por tal convida mesmo a um mergulho.
Muito próximo das treze horas a fome começou a apertar e, por tal, decidimos ir almoçar num restaurante local também ele bastante recomendado e com o mesmo nome da localidade: O Caloura.
Situado a poucos metros do porto e da zona balnear da Caloura, este restaurante alia a vista fabulosa para o mar à excelência gastronómica na confeção dos seus famosos pratos de peixe grelhado no carvão.
Com a maioria das mesas dispostas no terraço e o resto num espaço interior totalmente envidraçado, é quase impossível perder a beleza do local onde nos encontramos.
Com um serviço informal mas atencioso e uma ementa com os melhores peixes frescos grelhados da região, o Restaurante Caloura seria, por si só, um bom motivo para visitar esta acolhedora e exótica vila piscatória pois a comida faz de facto justiça à fama que este restaurante tem. Para quem gosta do fruto rei, o bolo de ananás é uma verdadeira delícia.
Depois do almoço, e porque o dia estava de facto muito bom, decidimos voltar a casa para descansar um pouquinho e vestir o fato de banho pois do restaurante Caloura fomos seduzidos pela zona balnear adjacente que não nos parou de convidar a um mergulho revigorante.
Assim foi, pelas 16:30 fomos dar o nosso tão esperado mergulho e diga-se que o difícil mesmo foi sair daquelas águas plácidas e cristalinas. Que maravilha, que momento de puro relaxamento. Um banho num mar fabuloso inseridos numa envolvente de tirar o folego de tanta beleza. Barcos de pesca artesanal a sair e a entrar no porto, aves marinhas a chilrear nas encostas escarpadas, crianças a dar mergulhos acrobáticos de ravinas com mais de 15 metros de altura, enfim, a verdadeira essência dos Açores.
Pelas 18:30 regressamos a casa e por lá ficamos até pouco depois das 20:00, hora a que saímos para procurar um local para jantar. Desta vez escolhemos o restaurante A Casa do Abel no centro da vila de Água de Pau que nos foi recomendado por um local.
Se o restaurante Caloura é conhecido pelo seu peixe (até porque no seu cardápio não existe outro tipo de prato) a Casa do Abel só serve carne. E que carne, tão tenra e suculenta, confecionada com muita mestria. Sabíamos, de antemão, que em São Miguel nos esperava a melhor das carnes de bovino pois esta terra é rica neste gado que pasteja livre pelos verdejantes pastos micaelenses mas carne tão tenra como a que comemos neste restaurante excedeu a todas as nossas expectativas.
Quando o empregado de mesa nos sugeriu, como acompanhamento, os “brócolos à casa” achamos a sugestão no mínimo inusitada mas quando saímos do restaurante fomos perguntar a chef se este podia fazer o obséquio de nos dar a receita daqueles brócolos fabulosos. Depois do jantar fomos dar um pequeno passeio pela vila de Água de Pau para ajudar a digerir aquele manjar dos deuses e depois regressamos (estafados diga-se de passagem) à “nossa” casa na Caloura.
No dia seguinte acordamos muito cedo pois era o dia de fazermos uma atividade que já há muito tempo antecipávamos fazer. Whale Watching!
Conduzimos cerca de 10 minutos até à Vila Franca (vila vizinha) e de lá partimos para testemunhar aquela que seria das coisas mais marcantes que já alguma vez fizemos; observar baleias e centenas de golfinhos no seu habitat natural. Foram momentos verdadeiramente mágicos e que nos valeram fotos magníficas. A natureza é de facto impar e esta foi uma experiência bastante emocionante até porque um dos gigantescos cetáceos fazia-se acompanhar da sua cria.
Quando terminamos a nossa inesquecível aventura no mar azul de São Miguel, decidimos almoçar em Vila Franca. Desta vez optamos por não ir a nenhum restaurante mas sim comer algo leve sendo que escolhemos fazê-lo no parque de estacionamento da Ermida da Nossa Senhora da Paz que nos presenteou com uma colossal vista sobre Vila Franca e o seu famoso ilhéu.
Depois de um passeio a pé pelas redondezas, que nos permitiu também tirar fotografias muito bonitas de toda a envolvente, regressamos à Caloura pois não queríamos ir embora sem experimentar a sua praia. E assim foi, tão depressa chegamos à Caloura fomos diretamente para a praia na qual permanecemos até às 19:40. Enfim, mais um dia em grande com mar atlante de manhã até quase à noite.
Depois de um dia em cheio, fomos fazer o nosso jantar de despedida novamente ao Restaurante Caloura pois este é simplesmente bom demais para lá ir apenas uma vez.
Se da primeira vez pedimos o famoso lombo de atum na brasa desta vez optamos por escolher um misto de peixe que fez justiça às expectativas criadas pelo proprietário do restaurante. Estava igualmente delicioso e como é um misto de peixe permitiu experimentar vários peixes arquipelágicos na mesma refeição. Enfim, divinal e um verdadeiro fechar com chave de ouro desta que seria a nossa última noite neste paraíso à beira mar plantado.
Para terminar a nossa jornada em terras Açorianas, rumamos, manhã cedo, até São Vicente. A estrada que nos leva até esta pequena vila não fazia antecipar outra coisa senão algo de bom pois as suas bermas estavam literalmente cobertas por lindas hortênsias de ambos os lados. Umas verdes, outras azuis e outras roxas, é um espectáculo digno de ser ver e fotografar como, aliás, fartamo-nos de o fazer.
Em São Vicente ficamos na Seaside Azores Villa, uma casa com vista para o mar e com todas as comodidades necessárias para uma estadia bastante agradável.
O proprietário da casa recebeu-nos muito bem e deu-nos várias dicas do que fazer nas proximidades assim como os restaurantes mais recomendados na zona.
Dada a sua proximidade a Ponta Delgada, decidimos deixar as nossas malas na casa e rumar à cidade capital para conhecer os seus recantos e a sua “agitação” muito peculiar. Os locais queixam-se da azáfama mas para um continental é uma cidade tranquila, muito bonita e acolhedora.
Fomos conhecer as famosas Portas da Cidade, a Torre Sineira, o museu Militar e as Portas do Mar.
Depois do almoço, e dado que não haviam muitas nuvens no céu, rumamos à Lagoa do Fogo para apreciar mais uma vista simplesmente deslumbrante. Lá ficamos a contemplar e a absorver toda aquela beleza e energia positiva durante mais de uma hora.
No regresso aproveitamos para ir conhecer a Cidade da Ribeira Grande na qual acabamos por ficar até à hora do jantar que aconteceu no restaurante Monte Verde que, tal como o Caloura, também só serve peixe. Os filetes de abrótea e os chicharros fritos estavam ambos maravilhosos e por tal valeu bem a pena arriscar jantar neste restaurante que encontramos por feliz acaso.
Depois do jantar regressamos a São Vicente para dormir e retemperar forças para o dia seguinte, o nosso último dia em São Miguel.
De manhã optamos por nos erguer cedo e tomar um pequeno-almoço muito levinho pois a ideia era fazer uma caminhada e depois dar um mergulho no mar.
E assim foi, fizemos o trilho da Vigia de São Pedro que não é muito longo mas é um passeio bastante agradável.
No regresso da nossa caminhada matinal, e tal como planeado, fomos dar um revigorante mergulho aos famosos poços de São Vicente, uma piscina de água salgada, alimentada naturalmente e delimitada por rochas basálticas.
A temperatura da água estava ótima e o local é muito calmo e agradável, perfeito para quem procura um local à beira mar para relaxar e apanhar uns bons banhos de sol.
Neste dia deixamo-nos ficar por lá pois, para além de estarmos um pouco cansados, o local é mesmo agradável e convidativo. Acabamos por meter conversa com uma família local e acabamos por ser convidados para jantar em sua casa neste dia. Enfim, só mesmo nos Açores é que estas coisas deliciosamente inusitadas acontecem.
E foi desta forma muito sui generis que terminamos as nossas tão almejadas férias em São Miguel. Tudo o que nos foi dito sobre esta ilha não correspondeu totalmente à realidade pois, na nossa opinião, não foi feita a devida justiça a tudo o que tivemos a oportunidade de experienciar nesta ilha maravilhosa. Havemos de voltar a São Miguel um dia pois só agora percebemos que “quem cá vem nunca mais vai embora”.